CABRA MACHO NO SERTÃO
(Poema para o Alverne)
Contrariando um dito popular,
O mar não vira sertão
O sertão não vira mar
Pois aqui nasceu um cabra
Filho do Baltazar
Macho que nem preá
Duro como uma rocha
E doido pra trabalhar
É antes de tudo um forte
Bem disse Euclides da Cunha
Não respeita caipora
Não tem medo de lobisomem
Enfrenta qualquer parada
Burro brabo também monta
Pra se viver no sertão
Muitas pedras têm que rolar
Pois a vida lá não é mole
Precisa tomar uns goles
Achar que a coisa anda
Nisso é preciso acreditar
No sertão o cabra planta
Com toda dedicação
Arroz, milho e feijão,
Produtos que formam o pão
Alimento da família
E sustento do povão.
Em suas múltiplas atividades
Transita por varias áreas
Vai da agricultura à pecuária
E chega à arte, dom de sangue
Mestre de obra e carpintaria
Assim quis a Divina Providência
Filho do velho Balta ele é
Carismática figura do sertão
E da matriarca Maria José
Que lapidou sua fé
Para andar de cabeça erguida
Olhar sempre pra frente
Para continuar de pé
Na sua longa caminhada
Pelas estradas da vida
Superou todas as barreiras
Para no seu destino chegar
Completa oitenta anos
Quem é que vai duvidar?
O cabra teve oito filhos
Com sua amada Iracilda:
Adacy, Ivonete e Zé
Paulo, Chico e Conceição
Com Roberto e Adriana
Completou seu pelotão
Oito décadas já se foram
E ele continua lá
Firme como um jequitibá
Não há sol que o afugente
Nem noite que o amedronte
Na sua luta ele avança
Pois precisa encher a pança.
Vinte e nove de fevereiro
Ano bissexto de 1936
Nasceu este cabra danado
Seu aniversario?
Só de quatro em quatro anos
É difícil acreditar
Numa singela festa
Junta toda sua família
Filhos, irmãos e parentes,
Comemora com alegria
Sob os acordes de boa musica
Alverne Elias, este é seu dia.
Parabéns, meu caro irmão.
Que este dia se perpetue
Na historia de sua vida
Muitos anos pela frente
Ao lado de sua família
Com saúde, paz e alegria.
AUTOR: Adalberto Elias Soares